O piano é um instrumento musical cuja produção sonora se dá pela percussão de cordas por martelos de madeira revestidos com feltro, acionados por um teclado de 88 teclas, entre brancas e pretas, oferecendo ao músico uma grande tessitura e enormes possibilidades dinâmicas, graças a seu mecanismo extremamente preciso e sensível.
A versatilidade musical que o piano proporciona o faz ser empregado tanto para a execução de música erudita ou de concerto quanto para o jazz e a música popular em geral, em solo e em conjunto.
Aliada a isso, sua ampla disponibilidade em salas de espetáculos, escolas e espaços de ensaio fizeram do piano um dos instrumentos musicais mais familiares do ocidente, sendo utilizado não apenas para performance, mas também para composição.
O nome piano é uma forma abreviada da palavra italiana “pianoforte”, derivada de “clavicembalo col piano e forte” (clavicórdio com suave e forte), que descreve a capacidade do instrumento de reproduzir sons suaves e fortes de acordo com a intensidade com que o músico aciona as teclas, diferentemente de seus antecessores como o órgão de tubos e o cravo.
Características e mecânica do piano
O mecanismo do piano, composto por centenas de componentes, atua de forma que, quando uma tecla é pressionada, um martelo de madeira revestido com feltro golpeia as cordas, ao mesmo tempo em que um abafador se afasta delas, fazendo que vibrem em sua frequência de ressonância.
As vibrações são transmitidas para a tábua harmônica, que amplifica o som transmitindo a energia acústica ao ar. Quando a tecla é solta, o abafador interrompe a vibração das cordas, encerrando o som.
Para 88 notas, um piano pode ter mais de 250 cordas, cada uma com tensão entre 70 e 90 quilos, resultando em um total de mais de 20 toneladas de tensão, que deve ser suportada por uma complexa e sólida estrutura de madeira e ferro fundido, formando um elemento coeso e estável que garanta a qualidade dos sons emanados pela tábua harmônica e a possibilidade de afinação do instrumento.
Para que as cravelhas que mantém as cordas fixadas estejam perfeitamente ancoradas à estrutura do piano, é montado na estrutura de madeira uma peça de grande importância chamada, cepo.
Os pianos Fritz Dobbert têm cepo fabricado com 21 a 23 lâminas de madeira pau-marfim, onde a sobreposição das lâminas observa o sentido dos veios da madeira, para que estejam perpendiculares, primeiro na forma de cruz e depois na forma de xis, formando ângulo de 45º entre as camadas.
Este conjunto de lâminas é colado com cola-resina fenólica em prensa aquecida a temperatura de 130º, com pressão uniforme de 21 kg/cm 2.
As cordas são fabricadas com fio de aço importado e os bordões usam revestimento de cobre trefilado especialmente para a fabricação de corda de piano.
Os pianos Fritz Dobbert de 1/4 de cauda e de meia cauda possuem escala duplex, um prolongamento da corda que tem a finalidade de produzir harmônicos da mesma nota, enriquecendo o som da nota tocada.
O nascimento do piano
A invenção do piano é creditada ao especialista na fabricação de cravos Bartolomeo Cristofori (1655-1731) de Pádua, Itália, que foi contratado por Ferdinando de Medici, Grande Príncipe da Toscana, como “Guardião dos Instrumentos”. Cristofori estava bem familiarizado com instrumentos de teclado de cordas e esse conhecimento o auxiliou a desenvolver um mecanismo no qual as notas são percutidas por um martelo, e não dedilhadas ou pinçadas, que retorna à sua posição de repouso para que seja acionado novamente.
Vários foram os aperfeiçoamentos incorporados pelas diferentes fábricas de piano ao instrumento de Cristofori que o transformaram no modelo atual - desde a adição de pedais e a utilização de número e tipos de cordas diferentes para as notas graves e agudas, ao aumento da tessitura de cinco oitavas para as atuais sete oitavas e meia e a utilização de uma estrutura de metal para suportar a tensão das cordas.
Mas talvez o que tenha feito do piano o instrumento mais propício à virtuosidade tenha sido a invenção do duplo escape (ou escapement), sistema que permite repetir uma nota mesmo que a tecla ainda não tenha subido à sua posição de descanso, o que facilitou a reprodução rápida de notas repetidas.
Diferentes tipos de piano
Por conta do desenvolvimento de diferentes tecnologias, atualmente os pianos podem ser divididos em dois grandes grupos.
Os acústicos apresentam duas configurações básicas: o piano de cauda, também chamado piano de concerto, e o piano vertical, também chamado de piano “de armário”, com vários estilos de cada um, cujos sons são produzidos da maneira tradicional, com cordas percutidas por martelos.
Os digitais, por sua vez, utilizam a tecnologia de sampleamento de amostras de sons de pianos acústicos, que são reproduzidas e modeladas quando as teclas são acionadas.
Piano de Cauda
Nos pianos de cauda, a estrutura e as cordas são horizontais, com as cordas se estendendo para longe do teclado, imprimindo ao instrumento seu tradicional e icônico formato. A ação está sob as cordas e a gravidade é utilizada como auxiliar para o retorno do mecanismo ao estado de repouso.
Os pianos de cauda variam em comprimento, de 1,5 metros a 3 metros aproximadamente. Alguns dos modelos receberam nomes mais ou menos habituais, que variam em relação às culturas e aos fabricantes, mas podem incluir denominações como Baby Grand, Parlor Grand ou Concert Grand.
Com mecanismos praticamente idênticos, os pianos maiores, com cordas mais longas, apresentam sonoridade mais rica e com maior volume, ao passo que os menores produzem sons mais contidos. Essa é uma das principais razões pelas quais os pianos de cauda de concerto são utilizados em teatros, e os menores são destinados preferencialmente ao uso doméstico, em pequenos estúdios, escolas e locais de apresentação de menores proporções.
Piano Vertical
Os pianos verticais, também chamados de pianos “de armário”, são mais compactos por causa da estrutura vertical do mecanismo e das cordas.
Por conta de seu preço mais acessível, os pianos verticais são amplamente utilizados em igrejas, centros comunitários, escolas, conservatórios de música e programas musicais universitários como instrumentos de ensaio e prática, e por seu tamanho mais compacto, sempre foi o preferido para uso em residências.
As fábricas de piano normalmente classificam os pianos verticais de acordo com sua altura e com as modificações de mecanismo necessárias, já que os martelos se movem horizontalmente e retornam à sua posição de repouso por meio de molas.
Piano Digital
A necessidade por atender a pianistas em relação à amplificação e à portabilidade de seus instrumentos levou ao desenvolvimento dos pianos digitais.
Alternativa em que o som de cada nota de um piano acústico é amostrado, digitalizado e armazenado em um chip, responsável por reproduzi-lo quando a tecla é acionada, reproduzindo o timbre do piano acústico em equipamentos eletrônicos mais portáteis, com amplificação própria ou saídas de áudio dedicadas para amplificação, além de teclado com resposta idêntica à dos tradicionais.
Com tantas opções, o piano vem ganhando cada vez mais adeptos e seu uso tem se tornado mais constante, sendo presença comum nas residências tanto por ser uma importante e valiosa ferramenta de educação musical quanto fonte de lazer e entretenimento.